Educação por Ivana Libertadoira: “Educação e Transformação”

FOTO IVANA - CRÉDITO- ACERVO PESSOALToda vez que pensamos em educação, de imediato, vem à constatação de que é uma mercadoria, um negócio, um comércio, que o mercantilismo educacional está cada vez mais significativo, impregnado e, infelizmente, indissociável no nosso atual processo de educar.

Concordamos com Mészáros quando afirma que a educação não é negócio e nem poderia ser, é possibilidade, construção e tem a obrigação de propiciar uma (trans)formação integral no ser para que desperte o seu eu mais íntimo, encontre suas mais ‘profundas’ possibilidades e se construa (durante toda a sua existência) como um ser humano-humanizado-ético-societário, conhecedor do sentido de viver com, de vida gregária,  ‘orientado’ para a vida e para a imensa possibilidade que é viver. Eis um sentido efetivo, no nosso entendimento, para a educação.  Se esta concepção é utópica, então, são utópicos também os gregos como Sócrates, Platão e Aristóteles e tantos outros que viram na educação uma construção possível de ser humano e de sociedade.

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Cidadania por Bethânia Ferreira – “Não tem Graça!”

Estou aqui mais uma vez para falar de preconceito. Sim, meus caros, precisamos falar de preconceito em razão da igualdade e (des)igualdade entre os seres humanos mais de uma centena de vezes, e ainda será pouco.

A Constituição Federal traz em seu bojo o mandamento que é objetivo fundamental do estado brasileiro promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. É uma norma constitucional que determina que o nosso país deve empenhar esforços para que as diferenças não sejam motivo de desigualdade e que todos devem ser respeitados por serem o que são.

Quando falamos o nosso país não estamos falando somente dos entes públicos, pois um país é composto também por seu povo. E já que todo poder emana do povo, convenhamos que é o povo brasileiro que deseja que todos sejam iguais perante a lei e que a discriminação não tenha espaço em nossa vida.

O que chamamos de grupos vulneráveis ou minorias são os destinatários do preconceito e ódio de muitos, que se dizem cidadãos ilibados com uma constância surpreendente. O preconceito, às vezes fomentado pelo discurso do ódio, às vezes aceito e tido como divertido pelos que não se acham preconceituosos, causa dor e sofrimento em muita gente. Não tem graça!

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Educação por Ivana Libertadoira – “Nem ser, Nem Ter, Parecer”

399987_3555319019930_41265324_nNa hodiernidade, o espetáculo (DEBORD, 1997), entendido aqui como o conjunto de relações sociais mediadas por imagens, tornou-se a própria realidade da vida cotidiana na contemporaneidade. Mais que “ser” ou “ter”, o “parecer” torna-se fator de dominação e estabelece no consumo a fronteira da exclusão/segregação social e cultural. Com efeito, temos o consumo desenfreado de mercadorias que, em tese, corresponderia a um exercício de liberdade de opção, mas que, no entanto, apenas dissimula a não-liberdade de escolha – somos, por vezes, obrigados ao consumo de mercadorias que não nos instiga conformidade com nossos desejos, isto acontece por falta de opção, ou por imposição da moda, padronização ou coisa afim – na medida em que esta se encontra previamente estabelecida pelos interesses econômicos globalizados. As imagens, que manipulam constantemente nossa maneira de pensar, agir e reagir ao/no mundo, denotam-se como a linguagem dominante nas relações de consumo, excluindo-se qualquer possibilidade de exame ou análise de seus conteúdos ou ainda de alternativas de linguagens não-dominantes.

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Cidadania por Bethânia Ferreira – Guerra Urbana – Episódio I

SONY DSCNas últimas semanas, os jornais, telejornais, programas de entretenimentos, programas de rádios, mídias sociais, conversas de padaria, momentos filosóficos de botecos discutem um tema já recorrente no nosso imaginário: violência urbana.
Muitos fatores concorreram, para que esse assunto estivesse na pauta nos últimos dias.
Não me proponho a fazer amplas discussões filosóficas, ideológicas e de política criminal e social. Serei prática, simples e objetiva. Vou me ater aos acontecimentos, “causas e sintomas” recentes; caso contrário, seria necessário passar horas escrevendo essa coluna, e vocês, caros leitores, passariam mais tantas horas em exercício de leitura, sem que esgotássemos o tema.
Ao se observar o relatório da ONU sobre homicídios de 2013, identifica-se que onze cidades brasileiras encontram-se entre as trinta cidades com o maior número de homicídios no mundo.
Ainda no Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime – Unodc, no ano de 2012, os indicadores revelaram que o Brasil foi responsável por 50.000 homicídios, aproximadamente. Nós contribuímos com mais de 10% dos 437.000 homicídios ocorridos no mundo. Se fizermos um ranking das cidades com maior número de homicídios do mundo, Salvador ocupa a 13ª posição mundial. Pelo relatório da ONU, as cinco cidades com maior número de homicídios no Brasil estão na região Nordeste: Maceió (5ª), Fortaleza (7ª), João Pessoa (9ª), Natal (12ª), além de Salvador, que ocupa a 13ª posição mundial em maior número de homicídios.

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